amores expresos

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

SKETCHES FROM MÉXICO

Eu disse, não disse?, que não tinha saco para blogs e diários em geral. Pelo menos tenho uma boa justificativa para esse meu silêncio bloguístico de vários dias. É que andei zazando bastante por aí nos últimos dias em companhia da Estela Renner, cineasta, roteirista e escritora-em-devir, contratada pelos Amores Expressos para vir aqui no México filmar meus itinerários na cidade, comigo dentro deles. Foi a maior pauleira. Muita andança, muita falação, de manhã até a noite. Foi otimo, na verdade. Saquei mais da cidade, andando com a Estela por sus calles y avenidas, do que no triplo dos outros dias em que saí sozinho pra vagamundear nessa cidade-charada que estou ainda muito longe de decifrar.

A Estela, by the way, é gente finíssima, e uma companhia estimulante, sempre muito a fim de ver e filmar tudo e todos. Quando ela dava por findos os trâmites cinematográficos do dia e entuchava aquela câmera Sony na mochila dela e fechava o zíper - que sonzinho delicioso: ziiip - , tudo que eu conseguia visualizar era uma pirâmide de garrafas de cerveja Negra Modelo encimadas por uma de tequila Herradura Reposado (envelhevida), minhas biritas preferidas aqui na Tacolândia.

Com a Estela a tira-colo - ou o contrário, na verdade - fui a Xochimilco, um bairro popular que fica a uma hora, mais ou menos, do centro, em meio a um trânsito de fazer o Montezuma arrancar seu próprio coração de ódio. Isso equivale a dizer que fui ao México, finalmente. E digo, de boca e coração bem cheios, que los mexicanos-mexicanos são uns doces de pessoas, unos hermanitos generosos, alegres e hiper-comunicativos. Dá vontade de trazer todos aqui pro hotel e ficar com eles tequilando, taqueando e platicando (papeando) indefinidamente - ao contrário desses polanqueños blancos aqui do meu bairro que poderiam muito bem ser paulistanos enfezadinhos dos Jardins ou parisienses mal-humorados ou londrinos snobs ou qualquer outro exemplar de classe-media urbanóide globalizada pentelha desse planeta monótono. (Estoy rebelde pra carajo hoy, djá se vê.)

Mas não vou contar nada sobre Xochimilco, nem sobre Coyoacán, nem sobre puerríssima ninguna. Minhas modestíssimas aventuras por esses lugares estão bem documentadas pela câmera esperta da Estela, e poderão ser vistas dia desses na televisão, em algum canal a cabo, supongo. Para informações gerais, sobre estes, e outros sítios adonde ahún não botei meus tênis brasucas, y, problablemente, nem botarei, comprem um bom guia do México (recomendo o da National Geographic, em ótima tradução brasileira, à venda nas boas bancas e revistarias de qualquer cidade do Brasil), e vão plantar patatas. Ou melhor, vão plantar milho pra fazer tortillas, que es bem más gostueso.

Parece incrível, mas Don Balthazar Noriega, el peluquero desvairado, ainda me escreve exigindo que eu retire do blog as minhas referências irreverentes à cultura indígena ancestral do país dele, sob pena "de arcar con las sanciones legales pertinentes, y con otras también." Caríssimo Balthazar, os seus ilustres antepassados mexicas já sabiam, e, antes deles, os mayas, toltecas, chimecas, zapotecas e olmecas também sabiam, que um dia o grande ciclo do tempo chegará ao fim, e com ele, todos os blogs, todas as tortillas e todos os aviões de carreira, mexicanos e brasileiros - se bem que os brasileiros, pelo andar da carruagem aérea, serão os primeiros a ir para las cucuyas.

Vá, portanto, fazendo teus peinados aí, en una buena, que yo aqui vou me dedicar a cazar perniluengos, pues el tempo atmosférico esquentou e uma pequena legião deles avançou pela ventana adentro, todos ávidos pelo meu sangue, como você, aliás, cabroncito sanguinário de una figa.

Pra falar a verdade, até tenho umas historinhas pra contar. Minha visita ao tétrico Museu da Tortura (!), no centro histórico, por exemplo, e os felizmente até agora poucos contatos com a, digamos, não inteiramente honesta polícia mexicana (ói quem fala...), estão entre elas. Mas, ahora, las estoriñas esas entraran por una tortilla e saliran por la otra, quien quisser que cuente otra.

Que te pase bien, que te pase un tren.

4 Comentários:

Blogger Unknown disse...

rei querido,

num dos raros momentos que consegui sentar vim ler teu blog, mas rum no copo e o moreno na sala nnao me permitem deixar um comentário verborrágico o bastante, como gostaria (afinal, trata-se do blog do reinaldo). ó, emprestei o livro da barata para uma criança de 10 anos que o devorou em um dia.

aproveita por ai, e we will always have degas

25 de setembro de 2007 às 15:38  
Blogger Unknown disse...

nunca mandei um comentário, não sei assinar nunca fui á ipanema, não gosto de sol nem de chuva, mas é maria do carmo speaking.

25 de setembro de 2007 às 15:40  
Blogger Unknown disse...

Olá Reinaldo.
Uso seu blog para pedir-lhe um pequeno favor: gostaria de entrar em contato com Estela Renner a respeito de uma série de dúvidas técnicas que me vieram a mente enquanto assisti seu documentário "Criança, a alma do negócio". Um e-mail/telefone seriam de extrema ajuda. Meu email é frank.alarcon@gmail.com.
Agradeço desde já.
ps: e sim... ainda bem que você não teve contato com a benevolente polícia mexicana. Falo por experiência própria. rsrs

2 de janeiro de 2009 às 10:15  
Blogger Edson Carvalho disse...

Olá,
Gostaria de pedir licença e também lhe pedir o mesmo favor de Frank. Estou montando uma oficina de marketing para ONGs e gostaria muito de conversar com Estela Renner. Seria possível me enviar algum contato dela, um email, o que for.
Agradeço de antemão.
Abraço

4 de março de 2009 às 07:42  

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